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Gordofobia não!

A gordofobia no conceito literal significa preconceito contra pessoas gordas, no entanto engloba também a rejeição de características ligadas à presença de gordura corporal. Essa rejeição é manifestada em forma de atitudes, falas, representações negativas e barreiras para a inclusão de corpos gordos.


Antes de tudo, proponho alguns questionamentos para que você, leitor, saiba se você reproduz comportamentos gordofóbicos:

  • Você considera que empoderar uma pessoa gorda é romantizar a obesidade?

  • Você acha que as pessoas são gordas porque são descuidadas consigo mesmas?

  • Já indicou uma dieta ou um médico para uma pessoa gorda?

  • Você já comentou sobre o corpo de uma pessoa gorda na praia ou na academia?

  • Você presume que uma pessoa tem problema de saúde por ser gorda?

  • Já associou o ato de comer muito a fazer "gordice"?

  • Já observou com curiosidade uma pessoa gorda comer?

Quanto mais respostas positivas a essa pergunta, maior a tendência a comportamento gordofóbicos. Infelizmente a gordofobia, assim como outros tipos de preconceito, está entranhada na sociedade moderna e é crescente com o aumento da prevalência de sobrepeso e a obesidade nos dias atuais.


Em uma enquete feita pela ABESO e publicada em 2022 (1), 90% das pessoas obesas sofrem constrangimentos relacionados ao peso e 60% desses constrangimentos ocorrem, inclusive, durante consultas de saude.


A gordofobia ignora que a obesidade é uma doença crônica e multifatorial. E a simplificação de um problema complexo.


Ainda hoje ouvimos que para emagrecer basta “fechar a boca” o que é uma crença errônea.

Sabemos atualmente que a promoção da saúde global do indivíduo com excesso de peso passa sim pelo déficit calórico, mas igualmente pela modificação comportamental e necessita um acompanhamento multidisciplinar (nutricionista, psicólogo, coach esportivo/fisioterapeuta e médico). Segundo a Organização Mundial da Saúde, 39% da população mundial apresenta sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m²) e, infelizmente, até hoje nenhum país no mundo conseguiu reduzir a prevalência de obesidade da sua população. Isso porque ela também está ligada ao nosso modo de vida atual.


Portanto, a obesidade está longe de ser um problema individual. Trata-se de um problema de saúde pública que não se resolve julgando e categorizando indivíduos.


O caminho é longo, tanto do ponto de vista da saúde pública, quanto individual. Empatia é a palavra chave para lutar contra a gordofobia. É importante ter conhecimento de que alimentar o círculo vicioso da obesidade não ajuda a contorná-la. Contribuir para a reprodução de preconceitos ajuda a deteriorar o estado psicológico dos indivíduos, aumentando a pressão para que recorram a soluções ineficazes: como o uso de medicamentos emagrecedores sem prescrição médica e adesão a dietas radicais.


Por isso faço um apelo: diga não à gordofobia!


Fontes:

(1) ABESO, 2022. Obesidade e a Gordofobia: Percepções 2022.



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